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PSICOLOGIA CLÍNICA

Uma ciência em constante avanço...














A psicologia clínica é uma vertente da psicologia, a qual é especializada no desenvolvimento e também na aplicação de técnicas terapêuticas e de diagnóstico, para a identificação e tratamento de distúrbios do foro comportamental. Esta dedica-se essencialmente ao estudo das perturbações mentais, bem como dos aspectos psíquicos de doenças não mentais.

 

Pedinielli descreve a psicologia clínica de uma forma brilhante:



A Psicologia Clínica é um dos mais apaixonantes e mais férteis domínios da acção humana quer na sua orientação prática, que se centra no sofrimento ou nos conflitos de um individuo, quer na produção de conhecimentos que permitem compreender melhor, ou até explicar, a maneira como o homem constrói o seu mundo.”

Assim, a psicologia clínica é considerada aquela que enaltece o estudo e a análise do indivíduo como um ser único e singular, e cuja função é essencialmente perceber a realidade do ser humano, todas as suas complexidades, problemas e dificuldades na sua vida diária. 


O ser humano é, para a psicologia clínica, um ser que deve ser compreendido na sua totalidade e também na sua singularidade. Cada ser é um ser único, sendo a génese de cada um, também diferente, e este deverá ser tratado como tal! Cada um de nós vive situações e experiências diferentes, reagimos aos conflitos do dia a dia, de uma forma muito própria, por isso mesmo, e como é costume dizer-se em psicologia, cada caso é um caso!

A psicologia clínica pretende saber e perceber o que motiva o ser humano, quais as suas complexidades e como reagem a determinados factores da sua vida! Essencialmente, a parte afectiva do ser humano, é um dos principais interesses da psicologia clínica.


Temas comummente associados à Psicologia Clínica são a etiologia, a epidemiologia, o diagnóstico, a classificação e a intervenção, sendo esta última, uma parte extremamente importante, pois dela fazem parte a prevenção, o aconselhamento, a psicoterapia, entre outros.

O Psicólogo Clínico 

O Psicólogo Clínico é um profissional da área da psicologia, cuja função é trabalhar fundamentalmente na área da saúde mental. Não prescreve medicamentos, nem aconselha no que diz respeito a medicação, sendo esta uma função do psiquiatra.

 

São várias as abordagens teóricas existentes, podendo o psicólogo adoptar aquela com que melhor se identificar, contudo, poderá nem sempre resultar de igual forma, com diferentes pacientes. As mais conhecidas e também utilizadas são a psicodinâmica, a comportamental, a cognitiva e a humanista. Cada uma explica e interpreta um determinado problema, de uma forma muito específica. 

 

Apesar de todas estas abordagens, não é possível especificar e justificar que uma seja mais eficaz que outra, mas sim que para cada problema, existirá uma abordagem mais eficaz, que provocará o resultado pretendido, de forma mais célere, pois muitas vezes se a abordagem aplicada, não for a mais indicada, o resultado eficaz demorará muito mais a chegar, o que também cansará e fará mesmo com que o paciente possa desistir a meio desta caminhada.

 

É de extremo interesse, quer para o psicólogo quer para a psicologia clínica, ter conhecimento de todas e quaisquer variáveis que afectam e influenciam o ser humano, como por exemplo a sua história pessoal, história clínica, a sua vida desde a infância até à data em que se encontra a procurar ajuda, quais os seus sonhos, perspectivas, ambições, valores, afectos, relações familiares e outras.

Por isso mesmo, a anamnese, é o ponto de partida, na 1ª consulta, cuja intenção é exactamente fazer com que o paciente descreva todos os factos relacionados quer à sua doença ou perturbação, quer ao seu estado emocional, permitindo assim ao psicólogo, a realização de um diagnóstico mais próximo da realidade. Quantos mais dados e mais concretos forem aqui indicados, mais facilmente o psicólogo poderá identificar a melhor abordagem a prosseguir  e aplicar naquele paciente.

Após a anamnese, interessa a realização de avaliações psicológicas, para assim se poder realizar o que é denominado por psicodiagnóstico diferencial, entender a personalidade do paciente, perceber a saúde a nível mental e, analisar todo o comportamento do paciente. Só desta forma será possível ao psicólogo procurar no paciente quaisquer indícios psicopatológicos.

 

Após estas tarefas, torna-se essencial a existência de um acompanhamento psicológico/psicoterapêutico, após uma comunicação ao paciente e um prévio acordo com o mesmo. Só desta forma o psicólogo poderá acompanhar e confrontar, através de variadas estratégias psicológicas, tornando assim possível, fazer com que o paciente, ao longo das sessões terapêuticas, sinta diminuído o seu sofrimento, a sua dor, podendo recuperar um estado emocional equilibrado, de forma a poder usufruir de uma melhor qualidade de vida.

 

​Acima de tudo, o psicólogo tem como exercício principal, a promoção e prevenção da saúde mental!!

Uma relação terapêutica é, acima de tudo, uma relação profissional. Contudo, é também uma relação de ajuda, onde a empatia tem de existir, caso assim não seja, esta relação, será forçada e assim não serão obtidos os resultados pretendidos. É crucial o paciente sentir-se confortável, sentir que confia, pois de outra forma.....não seria possível. Um exemplo - confidenciaria os seus segredos a alguém em quem não confia? seria difícil, não seria? Pois é, o mesmo se passa com a relação psicólogo-paciente, tem que haver confiança!!

 

Atitude compreensiva, atenção, apoio, disponibilidade, devem ser características fulcrais num psicólogo e que fazem parte de um código de ética que todos os psicólogos têm a obrigatoriedade de conhecer e seguir. Outro aspecto extremamente importante é a confidencialidade, informar o paciente de que toda e qualquer conversa entre psicólogo-paciente, ficará apenas entre eles, será um passo importante para a base de uma relação de confiança, factor indispensável, como referido anteriormente.

 

A relação terapêutica é uma relação de trabalho, tanto para o psicólogo como para o paciente, sendo este último quem mais deve trabalhar aqui, pois a mudança deverá ser feita por ele. O psicólogo ajuda a estipular o caminho a seguir, através da elaboração de um plano de tratamento e permitir então que o paciente consiga atingir os seus objectivos. 

 

No início de uma relação terapêutica é aceitável a existência de algum nervosismo e ansiedade por parte do paciente, principalmente porque falar de si, de uma forma sincera, sem rodeios,  é sempre uma tarefa que não é fácil e não é feita de ânimo leve. Tudo leva o seu tempo, e cada ser humano tem também o seu tempo de adaptação, sendo dever do psicólogo respeitar esse tempo e permitir que as sessões evoluam ao ritmo do paciente, notando-se que, mais tarde, e após algumas sessões, a ansiedade e nervosismo serão esbatidas, passando a existir uma relação mais tranquila e positiva.

 

Nunca deve ser esquecido que esta relação é, em grande parte, também, uma relação humana, e por isso mesmo, é incorrecto por parte do paciente, aceitar tudo o que o psicólogo diz, sem questionar. Nunca deve ter receio de questionar, caso surjam dúvidas durante o acompanhamento psicológico e o que lhe está a ser pedido para fazer!

 

Com o fortalecer do vínculo entre psicólogo e paciente, uma relação espontânea e franca vai sendo criada, sempre tendo em foco que o segundo tenha como objectivo conhecer-se a si próprio e provocar em si as mudanças necessárias.

 

Se algum problema do foro psicológico o incomoda, independentemente de achar que possa ser algo ridículo  ou sem importância, mas que considera que transtorna a sua vida, não receie procurar ajuda de um profissional! Ao permitir-se reconhecer e dar estes passos, estará também a permitir-se a um melhor bem-estar, quer para si, quer para quem o rodeia! Viva feliz o mais que puder!​

 

A Relação Terapêutica

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